quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Lazer é a grande tendência de consumo

10 palavras-chave que muito vai ouvir falar nos próximos tempos e que tentam adivinhar o destino dos hipermercados a médio-prazo.


O acaso faz parte da vida das empresas, nem tudo é previsível: a crise está a instalar-se confortavelmente e ninguém sabe ao certo por quanto tempo. É preciso trocar-lhe as voltas e os operadores da distribuição moderna tentam adivinhar como serão as grandes lojas num futuro próximo, com base num conjunto de tendências de mercado. Mas, sem esquecer o acaso.
Os hipermercados são o formato comercial mais afectado pela crise financeira. Quem o diz é Isabel Dias Costa, responsável da Sonae Distribuição, por ocasião do Congresso da APLOG (Associação Portuguesa de Logística). A poupança é a tábua de salvação dos consumidores para fazer face ao avolumar das despesas: as compras mensais dão lugar às diárias ou semanais e os sacos de plástico circulam cada vez mais magros.
E quem ganha com a transferência de consumo são as lojas de proximidade.
Na estratégia de concepção de novos espaços, os operadores tentam combater aquelas adversidades mas também conferir de novo ao hipermercado as honras de loja de compras por excelência, um estatuto que este formato ostentou durante anos em Portugal, até ao boom dos centros comerciais. Fixe estes dez conceitos que muito vai ouvir falar nos próximos tempos, segundo Isabel Costa.

LAZER
O lazer vai ser a grande tendência de consumo e o motor de crescimento do próximo ano, revelou Isabel Dias Costa. Mas, como adaptar este conceito ao hipermercado? “Fazendo com que o consumidor se sinta confortável na loja. Aplicar o lazer no acto de compra”.
“Há poucas soluções de lazer para adulto, dentro e fora das lojas, e este vai ser um grande mercado de crescimento”. O sector de lazer para crianças também se vai dinamizar. O segredo é criar “espaços próprios dentro da loja dedicados à cultura e ao lazer que potenciem a emoção e a surpresa”.

PREÇO
O preço já é e vai continuar a ser um dos factores mais importantes. As lojas têm de oferecer valores para todos os orçamentos familiares. O elevado nível de endividamento das famílias e a subida das taxas de desemprego têm forte impacto no consumo.

SORTIDO
A população está a envelhecer. Mais de 45% dos consumidores europeus esterão acima de 50 anos em 2010, estima Isabel Dias Costa. Este facto tem influência na definição de novos espaços mas também no sortido e packaging.
Ana Cláudia Sá, responsável da Unilever Jerónimo Martins (JM), dá um exemplo: “O envelhecimento faz com que os consumidores leiam pior. É preciso desenvolver embalagens que respondam a esta necessidade. Apoiar o cliente na compra”.
Para além disso, a responsável da JM salienta o crescimento dos mono-lares, fruto do aumento do número de divórcios. “É preciso conceber formatos mais pequenos”.

GOURMET
Em três anos, este sector tornar-se-à “muito forte”, assegura Isabel Costa. Há momentos em que o mesmo consumidor que adquire, regra geral, os produtos mais baratos está disponível para investir em refeições mais requintadas, no fim-de-semana, por exemplo.

ECO-FRIENDLY
Os biológicos vão ganhar expressão. A exposição apelativa dos produtos é fulcral. “Os perecíveis devem ser exibidos sem embalagens. Ou seja, montar no teatro de venda um verdadeiro mercado que remonte à compra tradicional na praça. O consumidor quer conhecer a origem dos alimentos. É essencial destacar o produtor. “Traz valores de emoção e paixão e estabelece relações de envolvimento entre o acto de consumo e o ponto de venda”, explica a responsável da Sonae. O consumidor gosta do que é novo mas também do tradicional, pelo que a regra de ouro é conjugar as mais recentes tecnologias com os métodos tradicionais de exposição.

HEALTH-CARE
Este sector vai continuar a dar cartas: prestação de serviços de saúde, beleza e bem-estar em espaços demarcados dentro da loja, com venda assistida. Mas, o grande destaque vai para a nutrição. ” Um diabético ou celíaco tem de encontrar o que precisa dentro do hiper”.

FOOD TO GO
A área de refeições rápidas, em contínuo crescimento, apresenta novidades: a procura de conceitos diferentes e saudáveis, como, por exemplo, sabores mais tradicionais e mediterrâneos. O grande desafio é oferecer este sortido “sem incremento de custo adicional pelo facto de não ser feito em casa”.

INOVAÇÃO
Um total de 83% dos consumidores estão receptivos a experimentar novos produtos e conceitos. No entanto, a grande maioria dos consumidores “não sabe o que quer, quer o que não pode e ambiciona o que não tem”. É importante criar constantemente novos produtos, mesmo que a “maioria” dos testes se revelem um “fracasso”. Há que continuar a fazer e “descobrir, entre muitos, um ou dois que funcionem”.

CONCORRÊNCIA
É cada vez mais agressiva no sector da Distribuição. A máxima é a diferenciação da oferta e conceitos. “É preciso criar antes dos outros. Algo no qual o consumidor reconheça competência e deposite confiança. Não só produtos mas também serviços”.

DEPARTMENT STORE
O futuro dos hipermercados passa, talvez, adivinha a responsável da Sonae Distribuição, por grandes lojas especializadas com sortidos vários, com lojas dentro da loja, e várias portas de acesso.


Fonte: Jornal Hipersuper. Publicado em New@This por Nuno Batista.

1 comentário:

Anónimo disse...

olá adorei esse post!
E suscitou-me uma dúvida..cada uma dessas tendencias já estao implementadas em portugal? e aonde cada uma delas? era importante! obrigada!