terça-feira, 1 de abril de 2008

Sucessão gera discórdia nas empresas familiares

Um estudo intitulado «Global Family Business Survey 2007/2008» realizado pela consultora PricewaterhouseCoopers, veio concluir que cerca de metade das empresas familiares nacionais não possui um plano de sucessão estudado. Embora 61% das empresas afirme que já tem um sucessor escolhido.

Jaime Esteves, Partner da Pricewaterhouse Coopers Portugal, refere que «a transmissão da empresa familiar para a geração seguinte é um processo difícil que requer uma adequada planificação, com uma antecedência mínima de 3 a 5 anos», acrescentando que «o facto de metade das empresas inquiridas não possuírem um plano de sucessão é uma lacuna grave, pois a experiência demonstra que a falta de consenso na família pode implicar a diminuição drástica da rentabilidade do negócio, a perda do controlo da empresa pela família ou, no pior cenário, colocar em perigo a sua sobrevivência. Tal facto é tanto mais grave quanto cerca de 22% das empresas familiares podem atravessar um processo de sucessão nos próximos cinco anos».

Das empresas inquiridas, mais de 60% afirmaram que prevêem, actualmente, a passagem do testemunho à próxima geração. Enquanto 17% colocam a hipótese de a empresa ser comprada pela equipa de gestão.

O estudo demonstra ainda que a nível internacional a principal fonte de discórdia na empresa familiar é a definição de uma estratégia para a empresa. Já em Portugal, o principal elemento causador de conflitos é o papel que alguns dos familiares devem ou não ter na empresa.

No que diz respeito aos negócios da empresa, a maioria dos entrevistados espera expandir o negócio e aposta em novos investimentos.

A pesquisa refere também que cerca de metade dos inquiridos não conhece as implicações fiscais da transmissão da propriedade da empresa familiar: «as empresas ou os seus proprietários, podem vir a ser onerados com impostos com que não contam e ver o seu património reduzido por encargos fiscais inesperados».

O estudo foi baseado em inquéritos efectuados a 1.450 empresas de 28 países, incluindo Portugal, onde participaram 50 empresas.

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